Quando o marechal Vauban morreu em Paris, em 1707, Luís XIV dedicou-lhe um lacónico elogio fúnebre: “perdemos um dedicado servidor à nossa pessoa e ao Estado”. No entanto, durante meio-século, Vauban foi o grande impulsionador da modernização da França ambicionada pelo Rei-Sol, contribuindo para que este consolidasse o poder e ganhasse enorme prestígio por toda a Europa, através da construção de imponentes praças-fortes e novas urbanizações.
Vauban era um infatigável construtor assinando os projetos de mais de uma centena de cidadelas ou fortalezas, que protegerão as fronteiras da França, e ainda hoje persistem de pé.
A sua vida (1633-1707) confunde-se com a do reino de Luís XIV, que foi um dos mais longos e memoráveis da história francesa.
O filme de Cuissot mistura a ficção com o documentário para biografar este estratega militar, que tinha um fascínio incomum pelas viagens de estudo.
O século do Rei-Sol não se cinge aos faustos da corte, nem à grandeza da monarquia, como se constata nesta pintura histórica, que constitui, igualmente, uma reflexão política sobre o percurso de um homem que, depois de ter servido zelosamente o soberano, não disfarçou as interrogações sobre a legitimidade do absolutismo quando o reino continuava a ter tantos súbditos a viverem na maior das misérias.
Sem comentários:
Enviar um comentário