Uma das melhores séries televisivas, que vi este ano, chamou-se «O Gerente da Noite» e confirmou algumas das características principais da obra literária do escritor John Le Carré.
O protagonista é Jonathan Pine que, depois da experiência de guerra no Médio Oriente, consegue emprego como rececionista num hotel no Cairo. Aí conhece e enamora-se de Samira, a bela amante de um dos principais traficantes de armas da cidade. Decidida a denunciar as atividades criminosas do gangue a que ele pertence, consegue a ajuda de Pine, mas este, inábil no mundo da espionagem, acaba involuntariamente por lhe provocar a morte às mãos de um dos sicários do líder desse negócio internacional, um papel entregue a Hugh Laurie (o conhecido «Dr. House»).
Temos, assim, o protagonista a contas com mais uma história de redenção e culpa como sucede recorrentemente nos livros do escritor. E, no contexto de um dos grandes eixos mais sombrios do presente - o da forma como se preparam as guerras e se lhes garante a logística armamentista - olhamos para uma pequena história no contexto da outra, a de letra maiúscula, bem mais determinante na vida de todos nós.
O curso da intriga faz pensar que esses peões de uma partida de xadrez, onde as peças mais poderosas os tendem a sacrificar de acordo com os seus interesses, podem infletir a relação de forças inicial radicalmente desequilibrada em seu desfavor, e concluir numa certa forma de Justiça.
Sem comentários:
Enviar um comentário