Em 10 de setembro de 1918, na fronteira búlgara, o tenente Norbert conhece Conan, que comanda um batalhão cuja missão passa por surpreender e matar o inimigo com recurso a armas brancas em lutas corpo-a-corpo. Mas também o surpreende a irreverência para com o cumprimento dos regulamentos militares.
O Armistício apanha-os em Bucareste e os subordinados de Conan adaptam-se mal à vida civil, comportando-se com a brutalidade a que se tinham habituado nas trincheiras. Mas o Exército deixou de ter para com eles a indulgência de que sempre tinham sido beneficiados. De um momento para o outro o seu castigo torna-se numa forma expedita de publicitar «exemplos« para a transição plena de um espírito guerreiro para o da tão desejada paz.
Vinte anos passados sobre a sua estreia o filme impressiona pela mistura da sensatez e da teatralidade. Como sempre em Tavernier os diálogos são cuidados e cada personagem, nas suas entoações e sotaques, revela a sua especificidade social.
Conan, o protagonista, no papel do lojista bretão a quem a guerra tinha promovido a estratega e condutor de homens, permitiu a Philippe Torreton um dos seus mais elogiados desempenhos. Mas o filme vale, sobretudo, como ilustração impressiva dos acontecimentos históricos passados cem anos atrás e como quem neles interveio foi obrigado a adaptar-se em poucos anos de um estado de paz para outro de guerra e vice-versa, com a diferença de se ter transformado em alguém muito diferente de quem tinha sido...
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