Há uns anos largos perguntaram a Santana Lopes de que música mais gostava. A resposta ficou para a história das gafes políticas deste século português já que o putativo candidato presidencial - então ainda só aspirante a primeiro-ministro! - respondeu com «uma das sinfonias de Chopin».
Alguns ainda terão ido consultar as enciclopédias, mas quem possuía cultura média riu-se à gargalhada já que o compositor polaco jamais compusera qualquer sinfonia.
Se me fosse feita a mesma pergunta optaria provavelmente por este segundo andamento da opus 100 de Schubert, aqui interpretado pelo Trio Wanderer.
Ele sempre me sugestionou emoções difíceis de traduzir em palavras, mas que têm a ver com o que tive pena de não cumprir, mas resignadamente aceito como algo que esteve para além das minhas capacidades e desejos. Por exemplo uma sociedade utópica, que imaginei ainda poder vislumbrar em vida e tornada inacessível pelas circunstâncias de uma História cuja dinâmica não está propriamente a cumprir o guião marxista que sempre porfiei seguir…
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