Passada mais uma noite dos Óscares tenho a assinalar dois acontecimentos, que me deram particular satisfação.
Por um lado a indiferença suscitada pelo mais recente filme de Clint Eastwood, que apenas teve um prémio menor numa categoria técnica. A história do sniper americano pode ser iludida de muitas formas - e o realizador até quis empolar o lado familiar dessa biopic!, - mas não deixa de querer justificar a guerra do Iraque. Uma decisão estúpida de um néscio, que comprovou ter consequências nefastas desde então.
Apesar de recuperado pela crítica europeia depois de se ter desqualificado como fascista com os filmes dedicados ao “Dirty Harry” , Clint Eastwood até assinou alguns títulos mais ou menos estimáveis, mas não deixou de ser o que efetivamente é: um canastrão que bem merece continuar a falar com a sua cadeira vazia.
Mas a melhor notícia da noite foi o Prémio de Melhor Documentário para Laura Poitras pelo seu filme dedicado a Edward Snowden.
«Citizenfour» dá a conhecer uma das pessoas a quem mais devemos agradecer pela sua conduta em prol da Humanidade. Porque a denúncia da obsessão das autoridades do seu país em controlarem desmesuradamente a vida de milhões de cidadãos terá de ter consequências num futuro próximo. Apesar da ameaça terrorista, nada há que justifique vermos as nossas vidas espiolhadas por quem quer que seja.
O reconhecimento de Hollywood faz parte da luta pelo controle dos polícias, que nos querem cercear na nossa liberdade...
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