Devo a James Marsh uma das maiores surpresas, que um documentário me deu na vida. Foi quando, com «Man on Wire», nos apresentou Philippe Petit como um herói insensato capaz de se equilibrar num cabo entre as duas Torres Gémeas de Nova Iorque e logo lhe destruía o mito, mostrando-o como um ingrato, que logo abandonara quem lhe propiciara os apoios para ser bem sucedido.
Agora, seis anos depois, temo-lo a realizar a biopic sobre Stephen Hawking e a sua primeira mulher.
«A Teoria de Tudo» tinha à partida vários motivos para desmerecer a nossa atenção: a facilidade com que poderia resvalar para o dramalhão ou para veículo do despeito de uma mulher incapaz de segurar o casamento com o célebre físico. Mas Marsh conseguiu a habilidade de não ceder à tentação de criar as condições para encharcar lenços e provocar fungadelas nas plateias.
Ademais escolheu para protagonistas dois atores pouco conhecidos - Eddie Redmayne e Felicity Jones - que conseguem desempenhos de exceção.
Mas, ainda assim, a qualidade mediana dentro dos padrões das séries televisivas britânicas não justificaria a intensa promoção justificada pelas nomeações obtidas para os Óscares.
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