quinta-feira, outubro 17, 2019

Do infinitamente pequeno ao infinitamente grande : Minerais que não existiam e tumores com fibras nervosas


1 . Rosasite, sideronatrite, verneite, mevadrite, stepanovite, hatrarite, calilacite, nealite, fiedlerite, ewingite. A lista poderia prolongar-se por muitas linhas já que, todos os meses, descobrem-se novas espécies de minerais, aproveitando-se instrumentos de análise capazes de vasculharem as estruturas cristalinas até à escala do nanómetro. Nesta altura já se rastrearam 5500 minerais e o esforço não se quedará por aí, já que, acompanhando a dinâmica evolutiva da Biosfera, também a Geosfera aposta em imitá-la. Mas as próprias atividades humanas dão mostras de criatividade nessa capacidade em criar novos minerais: calculam-se em 5% os mais recentemente descobertos e identificados em minas abandonadas, em navios naufragados, em travessas de linhas ferroviárias ou em lixo eletrónico.
Fica por definir se alguns desses novos minerais encontrarão aplicação em áreas até agora e eles alheadas.
2 . Na Medicina aborda-se atualmente a importância das fibras nervosas identificadas em tumores e julga-se que por elas potenciados no seu desenvolvimento.  A hipótese ganhou consistência quando se detetou uma relação causa-efeito entre a ingestão de certas substâncias ativas - o carvedilol, o propranolol e o nadolol - em pacientes oncológicos, igualmente medicamentados para a hipertensão e doenças do coração. A sua utilização visa contrariar a aceleração do ritmo cardíaco e a pressão sanguínea através do bloqueio da adrenalina e consequente efeito nas mensagens do sistema nervoso.
Em 2013 já se tinham publicado estudos sobre casos de doentes em quimioterapia, simultaneamente tratados com betabloqueadores para o coração, que tinham melhores taxas de sobrevivência do que quem não tinha tal complemento.
Claire Magnon, uma investigadora envolvida nesta área, identificou entretanto a existência de um sistema nervoso constituído por fibras muito finas, indetetáveis aos microscópios atuais, mas cujos neurónios libertam adrenalina, potenciadora do crescimento do tumor, e acetilcolina, que lhe estimula a proliferação e dispersão para outras zonas do corpo.

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