Não terão sido muitas as jovens portuguesas aliciadas pelo Daesh para se juntarem à jihad. Mas o mesmo não sucedeu em França ou na Alemanha onde foram muitas as raparigas aliciadas pelo radicalismo islâmico. É esse o tema do filme «Le Ciel attendra», que provavelmente nunca chegará aos nossos ecrãs apesar do sucesso de estima no resto da Europa.
As protagonistas são duas adolescentes, Mélanie e Sónia, nascidas em famílias da classe média, educadas em ambiente protegido. São elas quem cairão nas malhas do Daesh: através da net, Mélanie apaixona-se por um interlocutor que, pouco a pouco, começa a doutriná-la. Não tarda que adira a esse ideal religioso e passe a envergar a niqab, arranjando forma de partir para a Síria.
Por seu lado Sonia fica incumbida de agir em França, planeando um atentado, mas os pais conseguem dissuadi-la a tempo integrando-a num processo de desradicalização.
Os pais dessas raparigas sentem-se culpabilizados, questionando-se como educadores, tendo em conta a dimensão do empenhamento das filhas em algo de tão irracional.
A realizadora Marie-Castille Mention-Schaar fez laboriosa investigação sobre o tema antes de se arriscar a trata-lo em forma de filme.
O resultado não é nenhuma obra-prima, usa e abusa das emoções, mas testemunha um problema efetivo cujas explicações e efeitos ainda estão por aprofundar.
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