Costumo dizer que, tendo conhecido dezenas de países, não considero outro que me sirva melhor os propósitos de uma reforma tranquila senão este Portugal de clima ameno e belezas mil. O único sítio, que me teria feito duvidar de tal conclusão, foi Townsville, uma cidade da costa australiana bordejada pela Grande Barreira de Coral.
Quando ali estive, há duas dezenas de anos, deparei com farto sol, temperatura mais do que aprazível e uma natureza paradisíaca.
Tivesse tido oportunidade para tal e houvera aproveitado para apanhar um daqueles iates com fundo em vidro para melhor apreciar a beleza escondida poucos metros abaixo da superfície azulada. Mas, sendo escassa a duração da estadia na cidade, limitei-me a ir ao Imax ver em ecrã gigante uma maravilhosa viagem de quarenta minutos por quanto ali estava traduzido em realidade a poucos quilómetros da praia.
Foi essa a única oportunidade que tive para descobrir os corais australianos ao vivo. Infelizmente será improvável, que volte a ter tal possibilidade tendo em conta, que 2/3 deles estão a morrer por causa do aquecimento global. Se dantes eram as correntes do El Niño a ameaçarem-nos, agora as elevadas temperaturas da água do mar, associadas aos recentes ciclones, estão a devastar essa riqueza natural, dissociando as algas dos esqueletos esbranquiçados, que sem elas vão definhando até morrerem.
A aversão da Administração Trump às questões ambientais prenunciam a forte hipótese de, em quatro anos, muitas regiões do planeta sofrerem efeitos irreversíveis dos danos causados pelos interesses económicos de que ele se faz paladino. E, tal como os gelos do Ártico não retomarão a sua atual espessura ou as costas bengalis ficarão definitivamente submersas, muitas espécies exclusivas a Grande Barreira do Coral serão declaradas extintas. Irremediavelmente...
Sem comentários:
Enviar um comentário