quinta-feira, fevereiro 23, 2017

(DIM) Lembrar Frida Kahlo

O filme já tem quinze anos, mas quem o viu dificilmente o esquecerá, de tal forma a realizadora, Julie Taymor, conseguiu transformar Salma Hayek numa sósia quase perfeita de Frida Kahlo.
A história começa, quando ela tinha 18 anos e sofreu o terrível acidente de autocarro, que lhe danificou irreversivelmente os ossos e entranhas, deixando-lhe sequelas, que a farão sofrer durante toda a vida.
A iniciação à pintura acontece-lhe nesse período de convalescença, quando esteve acamada durante longos meses. Quando pede ao célebre pintor muralista Diego Rivera a opinião sobre os quadros então criados, ele sucumbe-lhe quer aos encantos físicos, quer ao surpreendente talento.
Começa então uma relação amorosa tumultuosa, feita de muitas deslocações ao estrangeiro, de traições repetitivas e de regressos frequentes ao hospital.
Se Julie Taymor opta pelo cânone de cuidar da biografia cronologicamente, vai-a enriquecendo com sucessivos artifícios visuais: imagens animadas e encadeamentos com os quadros mais conhecidos de Frida Kahlo, reflexos exaltados das suas paixões e tormentos interiores, a associarem-se aos momentos mais significativos do que ela ia vivendo.
Salma Hayek tem o papel da sua vida ao interpretar essa mulher extraordinária, livre e sarcástica, que assumiu a ligação ao Partido Comunista e foi breve amante de Trotski, assim como de algumas mulheres numa época em que o lesbianismo era quase demonizado.
Hayek consegue credibilizar, quer o lado solar, quer o mais sombrio da sua personagem, representando o primeiro a sua alegria de vida, enquanto ao segundo estavam reservados os sofrimentos físicos e psíquicos.
Um filme memorável  onde ainda se encontram Alfredo Molina, Antonio Banderas, Edward Norton entre tantos outros intérpretes relevantes de então.


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