quarta-feira, setembro 09, 2020

(DL) Um sagaz criador de aforismos


Escritor francês, hoje quase desconhecido em Portugal, embora durante a primeira metade do século passado houvesse quem aqui o admirasse - anotemos que ele morreu a quatro meses e meio da República se implantada em Portugal! - Jules Renard é reconhecido como autor de saborosos aforismos. Um deles não prescindo de aqui vir partilhar com quem me lê: “a vida é tão breve e, no entanto, aborrecemo-nos!”.
Para além da graça subtil contida na frase ela incentiva-nos a combater essa inevitabilidade: para quê entediarmo-nos se a vida está cheia de coisas excelentes para nos estimularem a curiosidade, o desejo de saber? E se tivermos dúvidas podemos sempre pegar na edição póstuma dos diários deste mesmo escritor, que Jean Ormesson considerava ser sua escolha para levar para uma ilha desértica na certeza de nunca se aborrecer. Ou em alternativa procurar O Pendura  na edição que a Assírio & Alvim publicou há mais de dez anos para iniciar a descoberta de um autor, que teve vida breve e escreveu frases singulares sobre a amizade e o amor, as mulheres ou os livros ainda por descobrir.

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