sábado, setembro 15, 2018

(DIM) «Seiji Ozawa - o regresso ao Japão» de Olivier Simmonet (2017)


Aluno de Leonard Bernstein e de Herbert von Karajan, o japonês Seiji Ozawa é uma das últimas lendas vivas da direção de orquestra. Nascido a 1 de setembro de 1935 foi o primeiro asiático a ser nomeado para a liderança de uma prestigiada orquestra internacional: a Boston Symphony Orchestra, onde ficaria três décadas até 2002.
Em 1984 criou a Orquestra Internacional Saito Kinen para homenagear Hideo Saito, o seu primeiro grande mestre, e foi dirigindo regularmente a Filarmónica de Berlim e a Orquestra Nacional de França, entre outras colaborações regulares um pouco por todo o mundo.
Acometido de doença grave conseguiu-a vencer, mesmo que tenha sido obrigado a refrear a intensa atividade. Decidiu, então, circunscrever a atividade ao Japão, consagrando-se a academias para jovens, sempre na perspetiva de oferecer sentido à interpretação musical.
Durante dois anos o realizador Olivier Simonnet acompanhou a atividade do grande responsável pela divulgação da grande música ocidental no seu país. As suas palavras, e os correspondentes silêncios, estão norteados pela preocupação constante de transmitir os conhecimentos.
A relação com o Japão foi, porém, turbulenta: antes de ser considerado como «tesouro nacional vivo» foi criticado durante muito tempo pela sua exigência e indócil liberdade, até na aparência, que associa sapatilhas vermelhas aos cabelos longos e ao boné de basebol. Memorável foi o que lhe aconteceu em 1962, quando a Orquestra da Televisão Japonesa o convidou a vir dirigi-la, fiada na fama que estava a ganhar enquanto assistente de Leonard Bernstein. Só que os métodos de direção de Ozawa, decidido a fazer cumprir a sua conceção do que deveria ser a interpretação das peças do concerto, causou a hostilidade dos membros da orquestra, que decidiram anular o espetáculo. A coragem impeliu-o, porém, a comparecer à hora prevista na sala onde ele deveria ocorrer e, durante uma ou duas horas, esteve perante os jornalistas, estático no pódio, donde deveria cumprir a obrigação contratual. Essa imagem surgiria nos jornais de todo o mundo.

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