Depois da «Balada de um Batráquio» de Leonor Teles, que nos fez andar atentos até conseguirmos ver essa curta premiada no Festival de Berlim, já temos debaixo de olho uma outra cuja visão se anuncia como obrigatória depois de ter recebido o galardão da sua categoria no Festival de Vila do Conde.
«António Lindo António» é o filme, que Ana Maria Gomes rodou sobre um tio que, há cinquenta anos partiu para o Brasil e nunca mais de lá mandou notícias. Interrogando os familiares a seu respeito cria uma perspetiva mitificada de alguém, que quase foi caindo no esquecimento. Depois, procurou-o no outro lado do Atlântico ouve as mais mirabolantes histórias contadas por quem o diz ter conhecido. Mas, finalmente, encontra-o, deparando-se com um homem pacato, muito diferente do que dele imaginara.
Será difícil conhecer esse tio, que se escusa a revelar-se, quase preferindo que ela fique com a imagem dele construída através da memória ou da opinião dos outros. É, pois, um filme em aberto sobre a descoberta dos elos fundadores de um passado que identifica a autora.
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