A Tinta da China acaba de reeditar o livro que Rui Cardoso Martins publicou dez anos atrás e em que a ficção decorre do mistério insolúvel de tanta gente se matar voluntariamente a sul do Tejo.
O Alentejo é o sítio onde as pessoas optam por esse desiderato para as suas existências sem que se consiga explicação consistente para tal: a importância da paisagem menos montanhosa e com matizes de cores não tão verdejantes? A menor religiosidade das suas gentes? A menor resiliência perante as frustrações do dia-a-dia?
Na altura este romance passou-me ao lado até pelo interesse relativo, que o tema me suscita, mas outro posterior - «Deixem Passar o Homem Invisível» - entusiasmou-me deveras levando-me a integrá-lo no conjunto dos autores de língua portuguesa merecedores de maior atenção. Daí o interesse por esta oportunidade para compensar a desatenção anterior. Até porque, pela seriedade nele investida pelo autor, as expetativas suscitadas são bastante elevadas.
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