Os últimos vinte anos de vida do segundo filho de J. S. Bach (e o primeiro varão!) terão sido carregados com grandes angústias e provações. É que, apesar de ter sido o filho preferido do grande compositor, que nele depositou as melhores esperanças quanto à continuidade da expressão do seu talento, Wilhelm viu-se desempregado quando tinha 54 anos e levou esses anos crepusculares a viver dos poucos concertos que conseguia dar como cravista e organista (apesar de ter sido reconhecido um dos mais talentosos do seu tempo), da venda dos preciosos manuscritos do pai e dos escassos alunos que conseguia angariar.
Johann Sebastian tinha por ele tanta esperança, que foi com a intenção de lhe servir de manual de formação, que começou a redigir o seu famoso «Cravo Bem Temperado».
Nos anos de juventude Wilhelm até correspondeu ao que dele se esperava sendo contratado como organista da igreja de Santa Sofia em Dresden. Depois de transitar para a igreja de Santa Maria em Halle em 1746, a sua queda no abismo sucedeu quando foi convidado para essa mesma função em Darmstadt em 1762 e se veria despedido por descurar os seus deveres. O relacionamento com quem o contratava revelava-se buliçoso, acabando ele por sentir-se a parte mais fraca de uma relação desigual.
Falecido em 1750, o pai já não lhe poderia servir de amparo, pelo que Wilhelm viveu com tantas dificuldades que, em desespero de causa, até procurou fazer passar como suas, algumas das obras do progenitor.
E, no entanto, como se comprova no exemplo aqui linkado de um dos seus Adagios e Fugas, até era compositor meritório, que dispensava bem esse tipo de subterfúgio.
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