Não é que faça intenções de ver a versão de 2016 do «Caça Fantasmas». Na década de 80, quando assisti aos filmes com Sigourney Weaver, Bill Murray, Dan Ackroyd & Cª encarava ainda a vida com a ligeireza da juventude, que já não tem cabimento nas inquietações de um recém-chegado à condição de sexagenário. Não sou, porém, indiferente à polémica, que anda a acontecer em torno do filme agora estreado e onde o combate às avantesmas passa a ser assumido por uma trupe exclusivamente feminina … incluindo uma negra.
Os comentários machistas e racistas têm predominado nas redes sociais, apesar da crítica especializada reconhecer a qualidade mediana reclamada pelos seus autores. O próprio trailer do filme já é considerado um dos mais detestados de quantos são oferecidos na plataforma You Tube.
Numa área mais industrial do que artística, onde as mulheres quase só têm espaço de existência enquanto permanecem belas e jovens e as remunerações são bastante desiguais em relação aos parceiros masculinos, toda esta discussão revela o lado mais sombrio de uma América reacionária, incapaz de aceitar a igualdade entre géneros. No fundo trata-se dos apoiantes de Trump, que não faltaria ao peditório, aproveitando um discurso para se insurgir contra esta nova versão, que tanto contradiz o tipo de valores por si professados. Apesar das mudanças anunciadas pela campanha de Sanders a América ainda tem muito a mudar até se tornar num sítio onde a decência impere...
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