O «Monumental» ainda está a apresentar numa das suas salas o documentário de quase três horas, que Frederick Wiseman realizou sobre um dos principais museus londrinos: o National Gallery.
Conhecido pelos seus filmes sobre instituições reconhecidamente importantes e prestigiadas, o octogenário realizador norte-americano teve neste projeto um dos mais interessantes da sua vasta carreira.
Para quem aprecia arte o filme constitui uma proposta irrecusável, porque a vê aqui não só problematizada em múltiplas vertentes (para que serve um museu? como se reconstitui uma obra? como fazer das obras expostas o pretexto para uma maior divulgação do conhecimento e a criação do gosto pelo Belo?), mas também pela oportunidade de conhecer a enorme variedade de atividades desenvolvidas pela equipa gestora do museu.
Se nas visitas a Londres sempre privilegiei o Tate Modern, em função da preferência pelas obras mais contemporâneas, não posso ignorar ser este o museu a quem Turner legou parte substantiva da sua obra para aí ser conservada e exibida. Ora para um apreciador assumido do pintor novecentista, o National Gallery ganha assim estatuto de incontornável.
Mas o filme de Wiseman tem uma notável vantagem em relação à visita efetiva ao museu: sentados na plateia do cinema poupamos o esforço do pára /arranca, que nos obriga a procurar frequente descanso nos bancos espalhados pelo caminho. É que ter interesses culturais é muito bonito, mas garante cá cada estafa!!!
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