sábado, junho 08, 2019

(VOL) Pobre Prometeu


Pobre Prometeu: com o fogo roubado no Olimpo quis dar aos homens o que Zeus lhes pretendia negar ou seja uma existência paradisíaca com o trigo a crescer sem a necessidade de o plantar e o convívio com os deuses como se fossem seus iguais. Traído por Epimeteu, o irmão a quem dera ordem de recusar qualquer presente vindo do dono do Olimpo, Prometeu não conseguiu evitar que ele abrisse a caixa recebida da sedutora Pandora, depois de o enlevar no leito. Todos os males foram libertados pelo mundo: as doenças, as guerras e muitas outras razões para que os homens ficassem infelizes. Mesmo que Pandora, arrependida perante o que viu desencadear-se, tentasse fechar a terrível caixa, já não conseguiu evitar o inevitável. Só salvaguardando a esperança como único paliativo para enfrentar tantos infortúnios.
Cruel, Zeus reservou ao amigo dos homens um destino terrível: aprisionado num rochedo do Cáucaso, todos os dias uma águia lhe comeria o fígado, regenerado todas as noites para que o suplício sempre prosseguisse. Só muito mais tarde ordena a Hércules que o liberte a fim de dele saber o segredo sobre o que o futuro lhe reserva. Porque essa era uma característica de Prometeu: conhecia os tempos vindouros e, mesmo assim, arriscava que viessem a ser diferentes se tomasse a decisão adequada a cada momento. E a de ajudar os homens a serem felizes, havia sido um desses momentos em que se inconformara com o que o devir lhe anunciava.

Sem comentários: