terça-feira, junho 25, 2019

(DIM) O Kung Fu como expressão identitária de uma comunidade


Nunca fizera a ligação causa-efeito, mas um documentário sobre Hong Kong, tal qual a terá vivido o ator Jackie Chan nos seus anos de escola, afirma-o como evidência incontestada: os filmes de kung-fu dos anos sessenta surgirão como expressão da vontade de afirmação da identidade chinesa dos habitantes do território em relação ao colonizador inglês. Os mangas-de-alpaca, cada vez mais numerosos numa sociedade em acelerada terciarização, saíam dos empregos e buscavam entretenimento nos cinemas e preferiam histórias situadas em tempos históricos recuados, pressentidos como fundamentais para a sua definição cultural.
Muito embora apalhaçados e inverosímeis esses filmes terão desempenhado involuntário contributo na afirmação da vontade local em dissociar-se de um império decadente, causador de sofrimentos incomensuráveis nos seus antepassados.
Nesse sentido, e tendo em conta o levantamento popular das últimas semanas, seria curioso investigar que imagens colhem agora os habitantes de Hong-Kong para se sentirem dissociados da pátria chinesa que mostram tanta relutância em integrar...

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