Os espanhóis crismaram-no como sendo o século de ouro, mas para os portugueses significou estar-lhes politicamente na alçada, porque, nessa primeira metade do século XVII, pagaram os custos de terem suportado como rei um miúdo irresponsável, que os levou para o desastre de Alcácer-Quibir. Mas, artisticamente, conheceram-se então grandes pintores como El Greco, Velasquez (que tinha costela lusa), Murillo e Zurbaran ou o escultor Gregorio Fernandez. Se passearmos pelos mais importantes monumentos do barroco espanhol, seja em Sevilha ou Madrid, Toledo ou Valladolid, tropeçamos inevitavelmente em obras de um ou mais desses artistas.
Características comuns a essas obras: o realismo e a impressiva expressão psicológica dos retratados ou, no caso das esculturas em madeira de Fernandez, uma convincente tradução do sofrimento suscitado pelo martírio. No detalhe, como ignorar o pioneirismo de El Greco, quando pinta como os impressionistas farão três séculos depois?
Se na juventude considerava um incómodo transitar horas a fio pelas estradas espanholas para chegar à «civilização» além-Pireneus, há muito concluí haver imenso a justificar planos de frutuosas descobertas para os anos vindouros.
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