A cidade fica à beira do Volga e foi efémera capital, quando os alemães estavam a cercar Moscovo. Tinha a vantagem de estar acautelada sem a separar grande distância da metrópole onde se decidia o futuro de todos nós. Era ali que, prevenido, Estaline pusera presos de um goulag a escavar as montanhas próximas para criar um enorme reservatório de mantimentos debaixo do solo.
Quando faltaram outros braços, para ali foram encaminhados os prisioneiros de guerra, que tinham a incumbência de encher diariamente os vagões, que traziam toneladas de entulho para a superfície. O resultado é um enorme subterrâneo com onze quilómetros de extensão, onde surgiu um enorme glaciar natural.
Hoje, que os ditames da estratégia militar o tornaram obsoleto há quem o utilize para promover passeios a turistas curiosos ou para aí instalar cultura de singulares cogumelos, criados nas condições isotérmicas e de humidade necessárias para crescerem e se tornarem em próspera fonte de negócio. É que o teor proteico compensa bem o da mais dispendiosa carne constituindo alternativa pertinente para suprir a fome.
Uns dirão que a faraónica obra espelha o engenho dos comunistas soviéticos. Outros preferirão falar do sofrimento dos que a construíram. No meio termo estará porventura a virtude.
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