sábado, maio 16, 2015

DIÁRIO DAS IMAGENS EM MOVIMENTO: Novidades do mundo científico

De segunda a sexta feira o programa «28 minutes» é dos mais estimulantes, que o canal franco-alemão ARTE apresenta, com Elisabeth Quin e os seus convidados a passarem em revista o que de mais importante se vai passando no mundo. Nas semanas mais recentes, e porque as férias já se vislumbram e a temporada chega ao fim, o «28 minutes» tem consistido numa síntese do que nele aconteceu nos últimos meses. Ontem o tema foi o das descobertas científicas mais recentes. Aqui fica uma síntese do que nele se explanou:

1. É algo pouco conhecido, mas com efeitos devastadores na evolução da exploração espacial: com a chegada ao poder do presidente Obama a missão habitualmente atribuída à NASA passou para a responsabilidade de empresas privadas.
Não se podendo ainda perspectivar as consequências mais profundas dessa mudança de estratégia, ela significa o acesso à órbita do nosso planeta - nomeadamente a toda a exploração comercial dos satélites para aí lançados - a interesses privados, nomeadamente a multimilionários cujas fortunas foram obtidas com a web.
Está a acontecer a mesma evolução ocorrida com o mercado da navegação aérea, onde as companhias tradicionais estão cada vez mais ameaçadas pelas que se anunciam como «low cost». Com riscos muito sérios a nível da segurança…
E, no entanto, há quem se deixe embalar pela promessa, absolutamente delirante, de ver uma qualquer empresa privada lançar pela primeira vez um voo até Marte!
 
2 - Hoje continuamos a falar do «big bang» como já se fazia há sessenta anos. Uma espécie de singularidade ocorrida num instante zero e capaz de criar tudo quanto existe. Uma explosão a partir de uma densidade e de temperaturas infinitas, que esbarra, porém, no chamado «muro de Planck» em que, para antes dessa fronteira, a Física não consegue ver satisfeitas as suas leis fundamentais. O que leva alguns cientistas a questionarem-se quanto à verosimilhança desse momento zero!
 
3 - Oppenheimer esteve ligado à construção da primeira bomba atómica e dizia que os cientistas tinham descoberto o pecado original e doravante jamais dele se poderiam dissociar. Ou, por outras palavras, nunca mais deixariam de equacionar os seus comportamentos e convicções entre a importância das suas descobertas e os aspetos éticos delas decorrentes. De forma mais literária, Paul Valéry concluiria: “o homem sabe sempre o que faz, mas desconhece inevitavelmente o que faz aquilo que fez”.
 
4 - Nos últimos anos, uma das mais curiosas alterações no comportamento dos chimpanzés em África é a de se terem tornado noctívagos para melhor pilharem alimentos das quintas, que se instalaram junto aos seus habitats.
Outra descoberta recente, assaz interessante, é a capacidade de desenvolverem formas de solidariedade, porquanto observações efectuadas no Uganda, permitiram concluir que, para atravessarem uma estrada nacional com bastante movimento, os elementos mais fracos do grupo são enquadrados e ajudados pelos mais desenvoltos.

5 - A regeneração dos neurónios afinal existe, o que contraria uma ideia cristalizada durante muitos anos. Os estudos mais recentes sobre o cérebro permitem concluir pela interacção do cérebro com todo o contexto social e ambiental, com consequências ininterruptas na plasticidade das sinapses.
A capacidade para reparar os danos, que em si deteta, é uma novidade observada num órgão ainda com muitos mistérios para dele serem revelados.
A própria Medicina já possui recursos destinados a ajudarem o cérebro nessa capacidade, através de circuitos cibernéticos capazes de, por exemplo, gerarem impulsos elétricos passíveis de limitarem os sintomas da doença de Parkinson.

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