A primeira vez que Jean-Michel Basquiat fez falar de si mesmo, foi a meio dos anos 70, quando, com a assinatura de Samo, começou a cobrir de grafitis as paredes de Manhattan. As suas marcas causaram tal impressão, que as tertúlias artísticas de East Village não tardaram a elogiá-las, seguindo-se um curto passo até ele se tornar amigo de Andy Warhol. A chancela do “papa” da “Factory” valeu-lhe o reconhecimento a nível internacional e não tardou que se visse transformado num ídolo pop da cultura contemporânea.
Os problemas com drogas vêm a seguir e é com uma overdose que morre em 1988 quando apenas contava 27 anos.
Recorrendo a muitas imagens de arquivo e a entrevistas realizadas enquanto foi vivo, Tamra Davis assinou um documentário de referência sobre um artista, que conheceu pessoalmente bastante bem.
Temos assim um destino à Rimbaud ou à James Dean mas situado no universo da arte contemporânea.
Outro artista, que vivera no mesmo caldo cultural, Julian Shnabel, contara a biografia do amigo em 1996 num filme ficcional onde já ficava explicito o carácter inovador das suas mais de duas mil obras. E é pena que Tamra Davis dê mais importância às relações dele com as namoradas, à progressiva degenerescência enquanto toxicodependente ou ao carácter ambíguo das suas relações com Warhol do que às obras em si. Porque teria sido bastante interessante indagar mais aprofundadamente os fantasmas nelas refletidos, mais do que o processo criativo, esse sim razoavelmente bem explanado.
Sem comentários:
Enviar um comentário