Num vale quase inacessível do sul do Equador, o dr. Jaime Guevara encontrou uma população de homens e de mulheres de tamanho reduzido - em média com 1,2 metros - que, surpreendentemente, não tinham quaisquer sintomas de cancro ou de diabetes. Muito embora tenha publicado o estudo sobre eles realizado, ninguém o levou a sério. Até que chegou ao conhecimento de Valter Longo, um cientista de origem italiana, que dirige investigações sobre o envelhecimento na universidade de Los Angeles, destinado a dilatar os limites da longevidade.
Os estudos de Longo já tinham resultado na decuplicação do tempo de vida de células de levedura, o que, repercutido na vida humana, a faria durar até aos 800 anos.
O encontro entre Guevara e Longo deu início a uma excitante aventura científica orientada para a busca de respostas para uma pergunta fundamental: que mecanismos genéticos protegem essa população equatoriana, de algumas das principais doenças, que afetam a espécie humana?
Em todo o planeta só existem três centenas de indivíduos com o síndroma de Laron, de que elas padecem, e que resultou de uma mutação genética ocorrida na comunidade judaica espanhola do século XVI, pela qual a ação da hormona do crescimento, estimulada quando chega ao fígado, é inibida.
Segundo Sylvie Germain, devido à sua “anormalidade” e ao preconceito de serem tidos como consequência dos pecados dos progenitores, os Laron “têm um acesso limitado aos estudos, dificilmente conseguem um emprego ou com quem consigam casar”.
Foi o cientista israelita Zvi Laron quem deu nome ao síndroma ao estudar, durante mais de vinte anos alguns casos, igualmente existentes em Israel. O destino dos Laron do Equador poderia ser bastante otimista se viessem a usufruir dos medicamentos resultantes das investigações entretanto efetuadas e que resultaram num medicamento já existente desde os anos 90.
Jaime Guevara pediu ao governo equatoriano, que o autorizasse e disponibilizasse às trinta e três crianças da comunidade ainda com possibilidades de verem corrigida a tempo a sua anomalia genética. Mas, incompreensivelmente, o governo recusa autorizar a utilização e disponibilizar esse IGF-1 sintetizado, invocando o elevado custo e o reduzido número de pacientes, que com ele se curariam.
Yannick, o miúdo de 14 anos, que se vê a jogar futebol no fim do documentário, e só mede 87 centímetros, já não conseguirá reverter essa situação, mas o irmão, acabado de nascer, ainda poderia consegui-lo.
Entre Quito e Los Angeles, passando por Telavive, o filme de Thierry de Lestrade e Sylvie Gilman - de que já conhecíamos o excelente «Machos em Perigo» - acompanha os passos de uma pesquisa revolucionária destinada a entender e a prevenir doenças como o cancro, a diabetes ou o Alzheimer.
Como corolário final, fica a certeza de que será possível prolongar o tempo de vida de cada um de nós, retardando os processos de envelhecimento das células até metas ainda há pouco tidas como utópicas...
Como corolário final, fica a certeza de que será possível prolongar o tempo de vida de cada um de nós, retardando os processos de envelhecimento das células até metas ainda há pouco tidas como utópicas...
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