No âmbito do ciclo dedicado ao cinema sueco, a Cinemateca passa um filme de 1951 - «A Rapariga dos Jacintos» - neste fim de tarde. Assinado por Hasse Ekman, que foi realizador e ator em dezenas de filmes, é uma variante de «Citizen Kane»: um escritor, Anders, fica chocado com a morte por enforcamento, de uma rapariga solitária, que era sua vizinha. O que a teria levado a tão drástica resolução do seu desespero? A exemplo do que se passava na obra de Orson Welles, procura quem a conhecera e lhe esclarece o tipo de pessoa que era. Torna-se misteriosa a figura de Alex, que parece ter tido influência determinante na morte de Dagmar. Por isso o filme evolui para a procura de uma personagem difícil de ser encontrada.
Manuel Cintra Ferreira, que foi um dos mais lúcidos críticos de cinema das últimas décadas, recomendava vivamente este filme, que constituíra para ele uma memorável surpresa.
Amanhã, também à mesma hora - seis e meia da tarde - passa «Meu Lar em Copacabana» de Arne Sucksdorff. Trata-se de um filme de 1965, realizado quando o cineasta, então conhecido pelos documentários sobre a Natureza, estava a ensinar a sua arte no Rio de Janeiro a convite da Unesco e de instituições culturais brasileiras. A estadia foi abreviada, porque decidiu rodar esta história sobre quatro miúdos órfãos que, da favela, iam até à conhecida praia do sul da cidade. Essa opção fê-lo persona non grata junto das autoridades locais, nada interessadas em ver exibida a outra face da propaganda, que visava transformar a cidade num destino turístico de eleição.
Sem comentários:
Enviar um comentário