segunda-feira, agosto 25, 2025

O Concerto Brandeburguês nº 1 de Johann Sebastian Bach

 

Os seis Concertos de Brandenburgo foram compostos por Johann Sebastian Bach por volta de 1718-1721, durante o período em que foi Mestre de Capela na corte de Cöthen. Bach dedicou-os ao Margrave Christian Ludwig de Brandenburg-Schwedt em 1721, enviando-lhe a partitura manuscrita como uma espécie de "cartão de visita" musical, possivelmente na esperança de obter um posto na sua corte.

O Concerto nº 1 em Fá maior (BWV 1046) é interpretado com duas trompas, três oboés, fagote, cordas e cravo. É o mais longo e complexo da coleção, com quatro movimentos (os outros têm três). O último movimento inclui uma seção de dança com trios sucessivos, mostrando a influência da música de dança francesa.

A gravação dos Concertos de Brandenburg pela Orchestra Mozart sob a direção de Claudio Abbado foi realizada em 21 de abril de 2007 no Teatro Municipale Romolo Valli, em Reggio Emilia, Itália. O álbum foi lançado em março de 2011 pela Deutsche Grammophon.

Esta interpretação ganhou relevância por várias razões importantes: a Orchestra Mozart foi criada em novembro de 2004 por Claudio Abbado, combinando jovens instrumentistas no limiar de carreiras de primeira linha com eminentes músicos de câmara  Abbado selecionou pessoalmente este ensemble, tal como fizera com a famosa Orquestra do Festival de Lucerna, desta vez focado especificamente na música barroca e do período clássico.

Esta gravação representou uma síntese única entre a tradição interpretativa moderna e a sensibilidade histórica. Abbado, conhecido por interpretações profundamente humanizadas da música sinfônica romântica e moderna, trouxe essa mesma sensibilidade poética aos Brandenburgueses, oferecendo uma perspetiva diferente das historicamente informadas que dominavam o repertório barroco na época.

A gravação contou com solistas de renome internacional, incluindo Giuliano Carmignola (violino), Ottavio Dantone (cravo), Michala Petri (flauta) e Reinhold Friedrich (trompete) garantindo execuções tecnicamente impecáveis e musicalmente expressivas.

Esta foi uma das últimas grandes gravações barrocas de Abbado com a gravação a demonstrar como um maestro formado na tradição sinfônica moderna poderia abordar Bach com emotividade, sem sacrificar o rigor estilístico.

A interpretação foi bem recebida pela crítica e permanece como um testemunho da versatilidade artística de Abbado e da excelência da Orchestra Mozart.

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