quarta-feira, novembro 27, 2019

Diário de Leituras: O novo livro de Vandana Shiva


Há várias décadas que temos acompanhado a incansável militância de Vandana Shiva contra a indústria química, oriunda dos laboratórios de Hitler e dos campos de concentração para ser aplicada na falsa «Revolução Verde». Apesar dos seus esforços a ativista indiana viu as terras do seu Punjab natal arruinadas, com o desaparecimento do solo fértil e das águas, que os irrigavam, por ação dessa criminosa aplicação dos produtos que as grandes multinacionais promoviam como facilitadores de colheitas incomparavelmente maiores do que as obtidas mediante os métodos tradicionais.
Melhores resultados conseguiu quando denunciou as mesmas empresas por buscarem alternativa aos seus lucros em queda  na apropriação das sementes de milhares de plantas mediante patentes, que obrigariam os seus utilizadores a pagarem-lhes ilegítimos direitos. Toda a propaganda mentirosa sobre as sementes geneticamente modificadas integrou o processo de colonização, que Vandana Shiva não se cansou de inculpar colaborando com quantos, a nível internacional, combateram esse fraudulento embuste.
É essa mesma colonização, que escalpeliza no seu novo livro - «Oneness Vs The 1%: Shattering Illusions, Seeding Freedom» - focalizado nessas empresas não pertencentes a indivíduos facilmente identificáveis já que se escondem por trás de grandes empresas de fundos de gestão de ativos como são a BlackRock ou a Vanguard. São elas que, valendo triliões de dólares, estão por trás do financiamento dos grandes incêndios na Amazónia por ansiarem pela acelerada financeirização da Natureza.
Vandana Shiva não se exime de apontar o dedo a inimigos de estimação muito concretos e um deles é Bill Gates cuja Aliança para uma Revolução Verde em África opera com esses mesmos objetivos. Porque são eles a explicar porque fez intenso lobbying pela alteração das legislações africanas, que ilegalizam o armazenamento de sementes de forma a facilitar o monopólio na sua venda e na dos produtos químicos a com elas aplicar. Ele anda de mãos dadas com a Monsanto (cuja compra pela Bayer apenas teve por objetivo facilitar a sua expansão para a renitente Europa!) e procura implementar o passo decisivo para o sucesso da engenhosa estratégia colonizando as nossas mentes, neutralizando a nossa vontade de a combater...

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