Em 1904 o império colonial português conheceu inesperado dissabor: o exército sofreu 305 baixas na Guerra dos Cuamatos, que foi uma espécie de antecipação do que se viveu no norte angolano em 1961. Razão para que a coroa se decidisse por uma operação vigorosa, comandada pelo tenente Teixeira Pinto,que seria o responsável pela vitória, aparentemente definitiva, de 1907.
A Story from Africa é um filme, que recorre à hábil montagem de um rico espólio de fotografias da época, captadas pelo alferes Velloso de Castro, complementando-a com uma excelente sonorização de António de Sousa Dias. O realizador, o norte-americano Billy Woodberry mostra como o exército colonial recorreu a um traidor, Calipalula, com aspirações a ser o soba dessa região do sul angolano, para fomentar a divisão entre os ovambos e restabelecer o domínio português sobre a região. Consolidando-o mediante a construção de um forte crismado com o nome de D. Luiz de Bragança.
Não se tendo tratado de uma batalha decisiva numa guerra de libertação, que só se saldaria em 1975 com a independência, o filme serve para demonstrar que a resistência anticolonial foi frequente ao longo desse pseudoimpério, que Eduardo Lourenço dizia nunca tê-lo chegado a ser, porque, na verdade, os continentais nada lucraram com a sua mistificada existência.
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Sei que o rapaz tinha só 22 anos, quando rodou este Amores Imaginários, mas a sucessiva descoberta dos filmes de Xavier Dolan vão-me suscitando sempre a reação chiclete. Mastigo deteto-lhe o sabor e deito fora. Sem ter colhido qualquer prazer cinéfilo. Ou estarei apenas a manifestar um incómodo homofóbico por não apreciar as temáticas LBGT por muito que reconheça e defenda os direitos dessas minorias sexuais?
Neste filme vemos Francis e Marie, os dois amigos inseparáveis do título, a perderem essa cumplicidade pela interoposição de Nicolass. Espécie de perverso Adonis, o intruso irá suscitar devaneios nos outros dois, que de amigos se transformam em concorrentes, em rivais. Para ilustrar esta realidade, Dolan recorre a diálogos banais, porventura julgando-se capaz de igualar com Cassavetes, cuja influência fica-se mais pela pretensão a replicá-lo do que verdadeiramente a encontrar talento para tal.
Pode ser interessante a conclusão de serem as histórias de Amor mais imaginadas do que conformes com a realidade, mas a forma de chegar a esse desiderato é de uma confrangedora imaturidade.
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