quarta-feira, abril 28, 2021

(DIM) Há filmes de culto que não se explicam

 

Não foi filme que me desse grande prazer, quando o vi. Sempre considerei sobrevalorizado o autor do romance - Philippe Djian - e o realizador, Jean Jacques Beineix nunca me surpreendeu com obras capazes de me ficarem na memória. Nem mesmo este 37º 2’ le matin, que me veio à colação porque houve quem lembrasse terem passado trinta e cinco anos desde a sua estreia e, desde então, ter sido amplamente promovido como filme de culto.

Jean-Hugues Anglade ainda era uma esperança de entre vários atores da sua geração, embora não viesse a confirmar esse alvitre, talvez por ter preferido os menos arriscados plateaux televisivos. E Béatrice Dalle nunca mais voltaria a ter o destaque aqui conhecido.

Estavam-se então nos anos Mitterrand e Beineix confessava o fascínio pelo cinema americano, edulcorando o realismo puro e duro com uma suposta poesia, que ficaria definida como um suposto cinema look. Como protagonistas escolhia perdedores (os loosers), que se perdiam numa vertigem de sexo e de álcool, virando costas à sociedade do consumo e desembocando no meio da natureza onde o escritor falhado procurava solução para a loucura de Betty arranjando-lhe uma casa de pastores no meio do Maciço Central.

Na época, e agora, é o tipo de filme que me sabe a pouco... 

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