Será o nosso Universo um holograma cósmico? Eis uma pergunta singular, que o professor Craig Hogan da Universidade de Chicago e do Fermilab perspetiva como possibilidade hipotética derivada da Teoria das Cordas.
Como pretendia testar experimentalmente esse Princípio Holográfico criou um instrumento de medição capaz de comprovar que vivemos numa superfície a duas dimensões, e nos dá a ilusão da tridimensionalidade. Só teria, assim, de captar pixéis de informação onde se constatasse a descontinuidade do espaço-tempo.
Construído num túnel do Fermilab o Holómetro consiste num conjunto de espelhos e de lasers com uma sensibilidade sem precedentes para medir movimentos com apenas um milionésimo de segundo de duração a distâncias inferiores a um único protão.
Acaso conseguisse resultados, que coincidissem com a sua expetativa, Hogan, concluiria que o espaço e o tempo podem deixar de ser contínuos, com o Universo a corresponder a uma espécie de imagem digital com um número limitado de informação a ser nele contido.
Frustrando o intento da equipa de cientistas, ao fim de um ano os resultados obtidos permitem concluir que o holómetro não detetou a quantidade de ruído holográfico previsto no modelo predefinido.
Bastou este fracasso para que Hogan e os seus colaboradores se rendessem à evidência de não se confirmar o Princípio Holográfico? Claro que não até por existirem muitos colegas a considerarem impossível a eficiência do holómetro na sua demonstração. Não seria a tese sem si a estar em causa, mas a ferramenta inventada para a comprovar!
Segundo Hogan ainda se vive o início de uma longa história com futuros capítulos porventura mais compensadores.
No imediato a equipa continuará com as suas medições estudando os ruídos detetados pelo aparelho.
O desafio para estudar o espaço e o tempo com mais precisão consiste em eliminar todas as outras fontes de movimento até restar uma flutuação que não possa ser explicada pelas teorias atuais.
Se um desses ruídos não conseguir ser eliminado ele poderá constituir o primeiro exemplo de um “átomo de espaço” ou seja uma pequena parcela do Universo passível de ser codificada em pacotes de duas dimensões. Que validaria, então, o modelo do prof. Hogan.
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