Crise da dívida, FMI, troika, coligação entre a esquerda dita radical e independentistas.
Já dura há alguns meses a atenção de toda a Europa para o que se passa em Atenas, porque não é apenas o futuro da moeda única, que ali se decide - é também o futuro de todo o continente.
Em Atenas vive-se num ambiente de vertigem. Recuperou-se a esperança em muitos dos seus bairros, depois de ter visto a pauperização ganhar uma amplitude sem precedentes.
O novo governo grego está apostado em lutar por uma Europa da solidariedade contra a corrupção do neoliberalismo e o resultado ainda é imprevisível. Porque há que não esquecer: Atenas, uma das mais antigas cidades europeias, também é o berço da democracia.
A cidade está em acelerada mutação, mais criativa do que nunca, confiante no seu futuro. Uma confiança que os atenienses não estão novamente dispostos a perder, como o confessa o realizador Yorgos Zois. Porque, mesmo que as caixas registadoras estejam vazias, a vontade de mudar persiste. E uma boa banda sonora para esse estado de alma pode ser o disco «East-West - Dysi ki Anatoli», que a cantora Areti Ketime acaba de publicar a meias com o alemão DJ Shantel. Para este não há atualmente cidade europeia mais eletrizante do que Atenas.
Mas fica a questão: trata-se de dançar por cima do vulcão ou de um voyeurismo obsceno em tempos de crise?
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