Julian Charrière é um ativista, que não hesita em procurar icebergs ou locais distantes onde existam materiais raros com que possa transformar o passado no que designa como arte do futuro. Por isso não se intimida com qualquer limite, seja em lonjura, seja em perigo.
No Cazaquistão vestiu um fato apropriado para, durante noventa minutos, filmar e fotografar solos contaminados com radioatividade. O objetivo era o de captar as forças invisíveis.
Nas suas exposições geológicas, não se limitou a olhar para os vestígios de catástrofes ecológicas: o passado ou o curso do tempo também fazem parte dos seus temas de eleição.
Em 2013 esteve na Islândia para trabalhar durante horas a fio na criação de uma passagem através de gelos milenares. Trata-se de algo que considera ser uma arqueologia do futuro.
Noutra altura, abriu um buraco com 80 metros de profundidade em frente aos eu ateliê, recolhendo sedimentos com que executou grandes esculturas afiladas.
Quer com objetos, instalações, vídeos ou fotografias, o que Julian Charrière cria são quadros melancólicos capazes de se interligarem, e ao mesmo tempo rejeitarem esta era digital.
São obras que convidam à reflexão.
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