História deliciosa a que Pascal Mérigeau contou recentemente na sua coluna semanal no semanário «L’Obs»: em 1964, quando Luis Buñuel realizou «Diário de uma Criada de Quarto» trabalhou pela primeira vez com Jean-Claude Carrière, que seria doravante o seu argumentista nos títulos que se seguiriam.
Baseado no romance de Octave Mirbeau, o filme denunciava os vícios privados de uma burguesia provinciana pelo olhar arguto da criada, que assistia ativamente a tudo quanto com os patrões sucedia.
Mas, nessa primeira experiência com o realizador espanhol, o francês estranhou o facto de, na rodagem, ele praticamente escusar-se a dar a qualquer orientação a Jeanne Moreau, que fazia de protagonista.
Resposta pronta de Buñuel:
- Para quê, se ela me ensina coisas sobre a personagem, que eu nem sequer imaginava!
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