segunda-feira, maio 03, 2021

(DIM) Um grande melodrama do grande mestre que viria a ser David Lean

 

Esta noite o canal ARTE possibilita-nos o reencontro com Breve Encontro, o excelente filme que David Lean rodou no rescaldo da Segunda Guerra e continua a ser um dos mais memoráveis melodramas dessa época, se não mesmo de toda a História do Cinema. Com uma subtileza, depois diluída quando se incumbiu das enormes superproduções, que o tornaram mais conhecido dos cinéfilos, David Lean aborda os amores impossíveis entre um homem e uma mulher casados, que se encontram numa estação de comboios e se apaixonam. Noel Coward é um dos nomes da equipa de argumentistas responsável pelo script e, quer Trevor Howard, quer Celia Johnson, têm aqui os papéis das respetivas vidas. A fotografia é lindíssima e o realismo poético na versão britânica consegue aliar a realidade prosaica com a magia dos sonhos muito desejados, mas não menos intensamente reprimidos.

Há também o concerto nº 2 de Rachmaninov a pontuar os dilemas por que passam os protagonistas, divididos entre os anseios  e as convenções e uma certa noção do dever, que tende a enredá-los no mais do mesmo, momentaneamente posto em causa.

O filme fica ainda para a História como tendo sido o premiado na primeira edição do Festival de Cannes. Com inteiro merecimento, continuam-no a afiançar todos quantos o continuam a ver com rendido prazer.

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