segunda-feira, maio 24, 2021

A Eslovénia num dos romances de Hemingway

 

Revisitar obras lidas há muitos anos comporta surpresas, por nelas encontrar afinidades então desconhecidas. Por exemplo boa parte de O Adeus às Armas, porventura um dos romances que mais apreciei de Ernest Hemingway, passa-se no vale do rio Socha e das adjacentes montanhas Kolovrat, territórios de um país, a Eslovénia, que é também o de quem connosco criaram laços familiares com o enlace dos nossos filhos.

Pessoas carinhosas, o Drago e a Polonca, ou os filhos Klemen ou a Manca, têm-nos proporcionado relatos sobre os tempos de Tito, mas não me lembro de com eles abordar o passado mais remoto, o de há mais de um século, quando esses cenários lindíssimos foram também os de uma guerra intensa entre italianos e austro-húngaros com muitos mortos e feridos a empararem de sangue aquelas terras.

Hemingway, que por lá andou como condutor de ambulâncias ao serviço da Cruz Vermelha, chegou a ficar ferido com os estilhaços de morteiros oriundos da frente contrária e que o apanharam quando se julgava razoavelmente recatado nas linhas mais recuadas das trincheiras. E tanto bastou para dar por finda a experiência, nela encontrando matéria bastante para elaborar o romance sobre os amores de um oficial norte-americano e uma enfermeira inglesa e, sobretudo, quanto ao carácter monstruoso da guerra, que justificaria doravante o seu posicionamento pacifista.

1 comentário:

Elsa Razborsek disse...

Parece realmente uma lindíssima região! Afinal ainda não fui lá. Um dos melhores restaurantes na Eslovénia fica lá situado: o Hiša Franko (que significa "Casa Franko") Kobarid, pela famosa chef Ana Roš e o seu marido Valter. Aqui está o link: www.hisafranko.com. 😘