sábado, novembro 14, 2015

PALCOS: Renee Fleming canta "Porgi amor" (início do 2º ato de «As Bodas de Fígaro»)

Nos textos anteriores sobre «As Bodas de Fígaro», já vimos que se trata de uma obra de enganos e desenganos, com amores dificultados e outros frustrados: Figaro quer casar-se com Susanna, mas Marcellina, por um lado, e quase todos os demais personagens masculinos por outro, estão apostados em impedi-lo, seja por os quererem para si, quer por verem no sucesso das suas perfídias a forma de se avantajarem na consideração do Conde Almaviva.
Quando o primeiro dos quatro atos se encaminha para o fim, o jovem Cherubino mal tem tempo para se esconder, quando o conde entra no quarto de Susanna para a assediar. Mas logo surge o mestre de música, Don Basilio a pretender da criada os pormenores da intriga, que estava em curso para facilitar a aproximação do candidato a pajem junto da Condessa.
Escandalizado o Conde sai do precário esconderijo onde se acolhera e exige castigo para os intriguistas, que o querem reduzir à condição de esposo traído.
Embora tenha um breve desmaio, devido à emoção, Susanna desperta e logo defende Cherubino, sobre quem diz tratar-se de uma mera criança. Mas o Conde discorda, porque já o apanhara em flagrante no quarto da filha do jardineiro.
É nesse momento que, por azar, Cherubino vê-se desmascarado no sítio onde também permanecia escondido. Vale-lhe que chega nessa altura um grupo de camponeses, conduzidos por Figaro, que vêm tecer loas ao conde.
Em melhor estado de espírito, ele acede a reduzir o castigo a Cherubino, obrigando-o a alistar-se como oficial do seu exército, o que lhe vale um encorajamento de Fígaro a enunciar-lhe as vantagens da vida militar.
Estamos, nessa altura, prontos para o segundo ato, que começa com uma das mais belas árias do reportório das sopranos: «Porgi amor», aqui na versão de Renee Fleming.

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