No texto anterior sobre as sucessivas árias da ópera «As Bodas de Fígaro» tínhamos visto que se prepara o casamento de Susanna com Figaro, mas que existe a intenção do Conde em aceder-lhe aos encantos. Razão porque lhes facultou o quarto entre o seu e o da condessa, justificando estarem mais à mão, quando necessitasse dos seus serviços.
Há também Marcellina, que planeia frustrar os intentos dos jovens noivos por ser ela própria candidata ao lugar de Susanna.
Quando se cruzam, uma para sair de cena, e a outra para a ela regressar, ambas decidem disputar quem passará primeiro, cada uma querendo dar o lugar á outra. Até Marcellina sair despenteada perante o “encosto” de Susanna.
Ficam, então em cena, a noiva e Cherubino, que lhe vem pedir ajuda para se tornar pajem da condessa. Mas consideram-no demasiado jovem para presenciar as libertinagens dos patrões, e demasiado velho para ficar imune quanto à possibilidade de tirar proveito desse conhecimento. E, de facto, ele reconhece-se muito sensível aos encantos de cada mulher com quem se cruza. É esse o tema da ária «Non so piú cosa son, cosa faccio», ou seja, “já não sei quem sou, nem o que faço”.
Neste clipe vemo-la interpretada por Joyce DiDonato no Festival de Baden Baden de 2009.
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