Quando «Cocktail» estreou nos cinemas, eu deveria andar na pretérita vida de marinheiro nas graças do mar, navegando de oceano em oceano para levar mercadorias de um lado para o outro.
É claro que soubera da existência do filme, e de como ele contribuíra para a ascensão de Tom Cruise e de Elisabeth Shue aos tops dos atores e atrizes mais bem pagos da sua geração. Mas raramente voltei a lembrar-me da existência de tal “obra”.
Por estes dias, embora algo renitente em perder tempo com uma intriga, que adivinhava pouco estimulante, acedi a olhá-lo como se estivesse sentado nas cadeiras da Cinemateca e a analisar o que era uma certa forma de fazer cinema há cerca de trinta anos.
Por estes dias, embora algo renitente em perder tempo com uma intriga, que adivinhava pouco estimulante, acedi a olhá-lo como se estivesse sentado nas cadeiras da Cinemateca e a analisar o que era uma certa forma de fazer cinema há cerca de trinta anos.
O que vi foi uma história ao nível da mais básica telenovela: um bom rapaz, “um pouco tímido até”, que quer estudar, mas não tem tempo para isso por causa do seu trabalho num bar onde se deixa cair na alçada de um guru carismático, mas sem substância. Por isso a solução poderá passar por relacionar-se amorosamente com quem lhe franqueie passagem para o almejado elevador social.
Só que a vida de gigolo depressa se revela sem perspetivas de cumprir o que almejara. E, afinal, a pobre da rapariga, que ganhava a vida como empregada de restaurante, e cuja relação desdenhara, era afinal uma herdeira rica disposta a testá-lo no seu dúbio carácter.
Quando tudo apontaria para ela o mandar definitivamente aos rebuçados, já que chumbara clamorosamente no exame a que o submetera, o happy ending é garantido, não fosse o caso dos executivos de Hollywood apressarem a reforma antecipada de um realizador que, nem antes, nem depois, mostrou capacidades para ser mais do que um modesto tarimbeiro...
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