Em setembro de 2008 pouco faltou para que o sistema capitalista entrasse em colapso e desse origem a um caos coletivo de consequências imprevisíveis.
A tal ter sucedido não é possível imaginar o que teria surgido em seu lugar. Uma sociedade apocalítica ao estilo de «Mad Max»? Ou uma sociedade devolvida à utopia marxista, a única teoria ainda capaz de antepor uma alternativa viável à atual exploração do homem pelo homem?
Em 2007 a economia americana via-se sacudida pela crise dos subprimes. O mundo vacila, mas a compra da Bear and Sterns pelo J.P. Morgan faz crer na capacidade regeneradora do sistema bancário internacional...
Nomeado por George W. Bush para o cargo de Secretário do Tesouro, Henry Paulson vê-se incumbido de elaborar um plano para salvaguardar os bancos dos riscos de uma falência generalizada. As somas investidas para tal - 700 mil milhões de dólares - representam o mais avultado investimento alguma vez programado para evitar um crash financeiro.
Para o ajudar, Paulson conta com Neel Kashkari, que, a seu exemplo, viera da Goldman Sachs…
No verão seguinte a crise anterior potencia-se em efeitos mais gravosos: o quarto maior banco dos EUA, o histórico Lehman Brothers, surge à beira da falência. Os mercados entram em pânico, as ações caem a pique, o sistema bancário ameaça ruir a nível global .
Durante várias semanas a Administração americana tenta encontrar soluções para evitar o pior, ajudando os bancos causadores dessa crise.
Três anos depois a cadeia televisiva HBO apresentou este thriller entusiasmante, ao associar estratégias políticas, dados económicos e rivalidades humanas num mesmo pacote.
Baseado numa investigação jornalística assinada por Andrew Ross Sorkin e publicada no New York Times, a intriga escalpeliza os mecanismos da crise financeira à medida que acompanha a batalha de Henry Paulson para a resolver.
Reuniões ao mais alto nível, conferências de imprensa para acalmar os mercados, tentativas de sedução do Congresso, pressões destinadas a conseguir o envolvimento do setor privado. Eis algumas das estratégias seguidas pelos colaboradores de Paulson. Que compreendem a estupidez de se ter desregulamentado o setor, desde então lançado numa vertigem descontrolada em busca de lucros exponenciais.
Realizado por Curtis Hanson e interpretado por atores da dimensão de William Hurt ou Paul Giamatti, «Too Big To Fail» mostra uma corrida contrarrelógio para estancar u processo aparentemente irreversível…
Desta feita conseguiram. E para a próxima?
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