O preconceito ideológico e religioso é um obstáculo difícil de superar pelos cientistas. As ideias feitas assumem tal fanatismo, que até as maiores evidências acabam por dar azo a leituras fantasiosas, que só surpreendem quem, de fora, é obrigado a confrontar-se com a ignorância de quem se limita a seguir os valores e conceitos das comunidades onde nasceu ou se integrou.
Vem isto a propósito de uma reportagem, vista há dias na TVI 24, em que texanos atingidos pela prolongada seca - já causadora da morte ou venda ao desbarato das grandes manadas de gado e da desertificação de cidades até então sustentadas por grandes fábricas de processamento de carne - continuam a recusar a mera hipótese de estarem a deparar com a consequência do aquecimento global ligado à emissão de gases na atmosfera.
Líderes religiosos, ligados aos cultos evangélicos, e políticos financiados pela indústria petrolífera, dão as mãos para criarem a ilusão nos incautos quanto a tratar-se de uma vontade divina, de um fenómeno natural, de carácter cíclico em breve reversível ou de outras razões risíveis, mas todas atribuíveis aos “erros” do governo federal.
E, no entanto, se as bacias hidrográficas se esvaziam até quase secarem, a água continua a ser desperdiçada pela referida indústria petrolífera para prosseguir com as prospeções geradoras dos seus avultados lucros.
No Texas está a verificar-se um enorme crime ecológico em que são os mais pobres a sofrerem os danos da sua própria incultura e fanatismo religioso enquanto, no entretanto, as grandes famílias do Estado - os Bush incluídos - prosperam!
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