quinta-feira, novembro 02, 2023

I Am Really the Underground, Ricardo Clara Couto, 2018

 

Não é poeta, que tenha merecido a minha atenção e creio até nem ter dado pela sua morte - no dia de Natal de 1997 - porque creio até nem estar em Portugal na altura. Mas o documentário de Ricardo Clara Couto, com argumento de Nuno Costa Santos, deu-me estímulo bastante para lhe ir procurar os versos.

Não tanto pelo individualismo de quem parece ter começado a definhar numa longa depressão, quando saiu da Frelimo, e se viu expulso de Moçambique, a terra que sentia como a da sua identidade, mesmo sabendo-a país dos outros, como sublinhou no título do seu primeiro livro. Nem tão pouco pela reivindicação de se sentir underground, indiferente a modas e a ideologias. Esta seria, aliás, uma boa razão para não merecer esse interesse.

Ao contrário de uma certa direita, que o incensa, e por isso surge em tom apologético no documentário (Pedro Mexia, Francisco José Viegas), Knopfli também para ela se estaria a marimbar se fosse vivo. Antes continuando a cultivar versos claros no que,  sem peias, pretendia fixar. E é essa a grande razão para os intentar descobrir.

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