sexta-feira, novembro 03, 2023

A Resistência ao serviço de Sua Majestade, Cécile Coolen, 2023

 

Antiga montadora, premiada em numerosos festivais internacionais, Cécile Coolen assina aqui o primeiro filme enquanto realizadora, aliando a sua experiência especializada com a paixão pela História. Consegue, por isso, adequar a sua proposta à intenção original da série em que se insere, Les Coulisses de l’Histoire, que busca uma versão original de acontecimentos supostamente bem conhecidos.

Aqui, graças a um rico manancial de arquivos de que se serviu, e do testemunho de muitos familiares dos nela envolvidos, aborda-se a notável aventura dos participantes no Serviço de Operações Especiais (SOE), criado em julho de 1940 por decisão de Churchill para, com sabotagens e outras ações espetaculares, lançar o caos nos países ocupados pelos nazis.

Integraram-no homens e mulheres das mais díspares condições sociais e culturais, mas dotados de capacidades físicas e inteligência bastantes para concretizarem esses objetivos. Daí tanto provirem da aristocracia britânica, como da delinquência, ora diplomatas exilados em Londres, ora outros refugiados aí chegados em 1940.

Os militares desaprovaram essas ações e os primeiros fracassos pareceram dar-lhes razão: um dos enviados para a Bélgica viu o paraquedas desviado para a Alemanha onde aterrou num campo de prisioneiros. Noutro, destinado à Dinamarca, o paraquedas não abriu e os alemães recolheram muitas informações comprometedoras na documentação de que se fazia acompanhar. Mas, após esses inícios pífios, os sucessos não tardarão e o SOE até acabará por colaborar com Tito na Jugoslávia apesar do feroz anticomunismo do primeiro-ministro inglês.

A francesa Lise de Baissac, o belga André Wendelen ou o dinamarquês Flemming Muus foram heróis esquecidos, que o filme consegue resgatar desse injusto desconhecimento.

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