sexta-feira, novembro 10, 2023

Na Astronomia o tamanho dos planetas conta

 

Nos confins do Sistema Solar existirá o tal planeta gigante, que teria cerca de cinco vezes a massa da Terra e cuja translação duraria cerca de dez mil anos? Essa possibilidade ocupa várias equipas de astrónomos, que escalpelizam todos os indícios passíveis para a demonstrar. E o que está em causa é a provável alteração do nosso conhecimento sobre as origens do sistema solar.

Em Astronomia as distâncias  não se medem em quilómetros mas em unidades astronómicas. Entre a Terra e o Sol é a distância que define o padrão dessa unidade. Assim Júpiter fica a cinco unidades, Saturno a dez e Neptuno a trinta unidades do Sol enquanto esse superplaneta terá a sua órbita a entre as trezentas e as seiscentas unidades astronómicas, se não mesmo além. Seria esse planeta gelado o nono do sistema solar.

Nos anos noventa Plutão foi desqualificado dessa condição, cingido que foi a um dos muitos objetos celestes pertencentes à Cintura de Kuiper, situada entre as 30 e as 50 unidades astronómicas, que é uma espécie de campo de detritos existente para lá de Neptuno. Com um tamanho inferior ao da nossa Lua, Plutão não mereceria doravante o estatuto devido aos demais oito planetas do Sistema Solar.

Mais tarde a descoberta de Eris a cerca de cem unidades astronómicas, e com um tamanho semelhante ao de Plutão, confirmou a condição de planetoides de um e outro.

Em agosto de 2006 o Congresso Internacional de Astronomia, reunido em Praga, votou a desclassificação de Plutão, criando a nova categoria de planeta-anão do Sistema Solar, de que se conhecem atualmente mais oito, prosseguindo os trabalhos destinados a identificar os muitos outros presumivelmente existentes.

Quanto ao novo planeta, que será o nono do Sistema Solar, os cálculos apontam para a possibilidade de vir a ser o quinto em tamanho e parte importante do equilíbrio gravitacional, que suporta todo o conjunto planetário em que estamos integrados. Um dos melhores indícios da sua existência decorre da inclinação das órbitas dos objetos da Cintura de Kuiper, que indicia uma atração gravitacional na sua direção. Para lá dessa Cintura outro planeta-anão, Sedna, ostenta essa órbita anómala justificada matematicamente pela hipótese em equação.

Simulações feitas a partir desse tipo de anomalias, também identificadas noutros objetos, permitiram calcular o tamanho e a distância a que possa estar esse superplaneta maciço, que se pretende detetar.

Até agora encontraram-se cerca de cento e vinte novas luas de Júpiter e Saturno, diversos cometas e asteroides ou o mais distante planeta-anão conhecido - Farout. Mas o desejado novo planeta ainda não se deu a conhecer, levantando a questão: porque será tão difícil encontrá-lo? Uma das hipóteses mais consistentes tem a ver com a possibilidade de, na sua órbita elítica em torno do Sol, estar atualmente na sua zona mais distante, para lá das 600 unidades astronómicas.

Ao contrário doutros planetas situados noutros sistemas estelares - identificáveis quando passam em frente às respetivas estrelas! - não existe a mesma referência possível para o que se procura a tão grande distância e não se sabe em que zona da cúpula celeste procurar. É o clássico problema de encontrar a agulha num palheiro, porque correspondente a uma zona do céu onde é muito fraca a intensidade luminosa. Uma das estratégias atualmente utilizadas é a de buscar esse planeta nas fotografias já captadas e onde ele figure sem que tenha sido enquanto tal identificado. Mas é ainda um work in progress...

Sem comentários: