Foi um dos mais eloquentes exemplos da disparidade entre uma receção gelada na estreia - quando foi escolhido para a sessão de abertura do Festival de Cannes desse ano, logo merecendo críticas negativas -, e o subsequente sucesso comercial traduzido nos nove milhões de franceses, que o viram, quando foi distribuído nas salas de cinema do Hexágono.
Três décadas e meia depois dir-se-á, que nem tanto ao mar, nem tanto á terra: o filme não é grande coisa, mas também não tão mau quanto o pretenderam alguns críticos. Tudo se resume à rivalidade entre dois mergulhadores em apneia, um francês e outro italiano que, desde a infância, competem quanto a quão mais fundo conseguem chegar. A história, inspirada nessa disputa real entre Jacques Mayol e Enzo Molinari, contribuiu para dois atores, Jean-Marc Barr e Jean Reno, ganharem relativa fama. Aí sim, algo imerecida, porque se o primeiro ainda faria algumas coisas com interesse, o segundo seria um dos mais execráveis canastrões do cinema francês.
Graças a este filme o realizador Luc Besson procurou ganhar relevância internacional, mas também ele tem deixado como saldo uma sucessão de títulos pouco interessantes. Este acaba por ser o mais relevante, quanto mais não seja pela paisagem marinha da ilha de Amorgos e pela leitura ecologista ainda passível de, implicitamente, estar-lhe subjacente.
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