É daqueles escritores brasileiros, que ainda não me motivaram o interesse da descoberta, talvez por serem raras as citações a seu respeito, apesar de Dois Irmãos ter ganho o prestigiado Prémio Jabuti.
Uma reportagem a seu respeito talvez baste para procurar esse romance, quando for à biblioteca do Seixal de que me sirvo para colmatar esse tipo de falhas, muito embora me interesse bem mais o espaço geográfico onde a história decorre do que essa rivalidade entre dois gémeos de origem libanesa, que dão fundamento às dicotomias entre o Bem e o Mal, o Belo e o Feio.
De facto sempre lamentei que Manaus tenha sido cidade onde as deambulações pelos cinco continentes nunca me levaram. Nela ecoam dos tempos da exploração da borracha, o célebre teatro onde cantaram grandes nomes da ópera de então, e uma relação da população com o rio, que a modernidade veio pôr em causa, quando a expulsou em proveito das atividades portuárias.
Existe, igualmente, o encontro das águas dos rios Negro e Solimões, onde tem desiderato a rivalidade entre Yaqub e Omar, descrita por um narrador, Nael, que tudo conta quando procura as suas origens na casa onde a mãe foi empregada e assistiu à progressão de tão visceral ódio entre os filhos dos patrões. Sendo ele o espelho da dialética social, que a evolução dos tempos prefigurara.
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