Nunca fui um entusiasta da filmografia de Louis Malle que, começando na Nouvelle Vague, dela se afastou para um tipo de cinema mais comercial, desejoso de se fazer aceitar pela máquina de Hollywood.
Essa tentação alavancou-se há sessenta anos quando, depois do equívoco Fogo Fátuo, baseado num romance do colaboracionista Drieu de la Rochelle - em si uma opção ideológica reveladora! - decidiu ir para o México e, com a ajuda do argumentista Jean Claude Carrière, criar um argumento excessivo e caricatural, que fosse uma recriação eufórica da Revolução Mexicana de 1910.
Com muita ação tínhamos duas Marias: uma que fazia de artista de cabaré (Jeanne Moreau), a outra mais dada ao uso de explosivos (Brigitte Bardot), a ajudarem Emiliano Zapata a lançar a sua guerra contra os latifundiários e a Igreja, que era seu privilegiado suporte.
O tema merecia a simpatia da juventude parisiense dos anos 60 que, quatro anos depois, andaria a praias ao descascar as pedras das calçadas, julgando realista o impossível. Mas os propósitos militantes eram diluídos pelo tom de comédia, ainda assim interessante a esta distância, quanto mais não seja por constituir grata fruição tudo o que a Moreau então protagonizava...
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