Agora que anda por aí o primeiro dos três filmes, que Leonel Vieira quer fazer numa lógica de remakes de títulos de referência do cinema do Estado Novo, não é despicienda a oportunidade de conhecer um fenómeno popular da cinematografia germânica, que já deu origem a pelo menos dez outros filmes: a sátira à administração pública prussiana protagonizada pelo falso capitão Köpenick.
O verdadeiro nome do personagem é Wilhelm Voigt e possui um vasto cadastro suscitado por crimes relativamente menores.
Enquanto esteve preso, e graças aos livros atentamente lidos, aprendeu o ofício de sapateiro. O problema, que se lhe coloca à saída da prisão é, porém, daqueles a que nos habituámos a colar a etiqueta hipergasta de “kafkiano”: sem documentos, ninguém lhe dá trabalho, mas sem trabalho, não há quem lhe aprove os papéis.
Disfarçado de oficial, e com a ajuda de uns quantos soldados, ele ocupa a câmara municipal de Berlin-Köpenick, prende o autarca e apossa-se do cofre.
Inspirado em acontecimentos reais o filme representou um enorme êxito, celebrando o espírito irreverente de um delinquente simpático.
Heinz Rühmann, o ator principal, era um verdadeiro ídolo para os espectadores de cinema dos anos 50.
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