Está a decorrer atualmente o festival de cinema de Locarno, donde o enviado do «Público», Jorge Mourinha, tem assinado crónicas dececionadas pela qualidade mitigada dos filmes a concurso.
Até que surgiu «Bella e Perduta» do italiano Pietro Marcello, e tudo mudou: a exemplo dos demais críticos presentes na cidade suíça, Mourinha confessa um enorme fascínio por esse filme, misto de ficção e de documentário, que retrata o esforço quixotesco de um camponês em salvar da ruína o palácio rural de Cardinello. Mesmo contra as ordens da Camorra, que o quereria longe dali.
Trata-se de um esforço notável, mas tragicamente cerceado: no dia de Natal de 2013, Tommaso Cestrone sucumbia a um enfarte, aos 48 anos de idade.
Os críticos consideraram «Bella e perduta» comovedor e um forte candidato a filme do ano.
Por cá nós não deveremos ter grande possibilidade de o ver: quando por cá passou o filme anterior de Marcello foi no Festival Indie de 2009 e não teve direito a mais do que duas sessões. Mas vale a pena ficar alerta para aquele que se anuncia como um dos títulos mais entusiasmantes de quantos têm sido recentemente produzidos.
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