Se outra virtude não tivesse, La véritable histoire des pirates de Stéphane Bégoin, valeria logo à partida pelo facto de nos demonstrar que a pirataria dos séculos XVII e XVIII não se resumiu ao mar das Caraíbas e do Golfo do México, porque teve igual importância no oceano Índico, onde os piratas e flibusteiros procuraram capturar as muitas riquezas trazidas da Ásia pelos barcos das diversas Companhias da Índias Orientais.
O propósito desta produção torna-se mais ambicioso quando, a pretexto das investigações arqueológicas no Speaker, navio afundado em 7 de janeiro de 1702 na barreira de coral em torno da Ilha Maurícia, a equipa liderada pelo francês Jean Soulat pretende esclarecer como era a vida desses piratas quando, em terra, repousavam das suas expedições e dividiam em partes iguais o produto do saque (só o capitão, eleito pelos tripulantes, tinha direito ao dobro!), garantindo ao mesmo tempo a sua comercialização junto de negociantes, que alimentavam o marcado negro das capitais europeias.
A extensão dessa investigação para outro navio pirata afundado ao largo de Madagáscar só vem corroborar as teses já formuladas na ilha mais a leste.
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