É este o título francês de La donna più bella del mondo, que Robert Z. Leonard realizou em 1955 e a ARTE permite rever à hora do almoço, mesmo sujeitando os cinéfilos à dobragem dos diálogos. Mas para quem tem saudades de Gina Lollobrigida e a quer rever, como forma de a homenagear a pretexto do seu desaparecimento com provectos 95 anos, aqui fica a oportunidade, complementada pela possibilidade de a ela se somar Vittorio Gassman, no papel de príncipe russo encantado pela sua beleza e um ainda desconhecido Mario Bava como diretor de fotografia.
A história passa-se no ambiente dos cabarés da Belle Époque, quando uma rapariga descobre ter voz a menos para suceder à mãe como estrela canora de um desses emblemáticos estabelecimentos de então. Mas com ambição, persistência e estudo lá conseguirá cumprir o seu sonho. Pelo meio há um duelo de espadas entre ela e uma rival, que é tido como antológico.
Ao iniciar a noite o mesmo canal oferece-nos Vincent Lindon (um dos poucos atores, que nos leva a ver tudo quanto cauciona com a sua interpretação) em L’Apparition de Xavier Giannoli. O tema é o da noviça de uma aldeia alpina, que diz ter encontrado a Virgem Maria enquanto se passeava solitariamente pelas montanhas. E do encontro com um jornalista enviado pelo Vaticano para aferir a veracidade do relato, ao mesmo tempo que vive o luto por um amigo tombado num atentado bombista no Médio Oriente.
Embora alimente a ambiguidade quanto à veracidade do sucedido com a rapariga, o filme focaliza-se na crescente cumplicidade entre Anna e Jacques Mayano, ambos ligados pela necessidade de respostas para as suas sofridas solidões.
Ao fim da noite, ainda há para ver Les fleurs amères, primeira longa-metragem do belga Olivier Meys depois de vários documentários sobre a China. Na passagem para a ficção conta com a colaboração da admirável Xi Qi no papel da jovem chinesa enleada numa rede de prostituição, quando vem para a Europa em busca de trabalho capaz de garantir um melhor nível de vida para o marido e o filho de oito anos, deixados em casa. E, em vez da solidão, que poderia resultar das suas frustrações, é na cumplicidade com as companheiras, que arranja energias para não perder de vista o seu objetivo inicial...
Três filmes que abordam, cada um á sua maneira, outras tantas formas de resiliência!
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